quarta-feira, 15 de junho de 2016

O primeiro jogo da Selecção


O empate não foi um bom resultado... O Islandeses eram acessíveis e não mostraram muito mais do que uns pontapés para a frente, disponibilidade física, um guarda-redes afortunado e uma defesa permeável.
Portugal jogou o suficiente para ganhar, teve oportunidades suficientes para marcar mais que um golo, soube ser paciente (talvez demais), controlou o jogo.. mas não ganhou!
Foi um jogo na linha daquilo que Portugal tem jogado sob o comando de Fernando Santos... E vai continuar assim até ao final da competição...
Não é uma desgraça e Portugal continua a ter todas as possibilidades em aberto... Do que tenho visto, nenhuma equipa na competição (excepto a Croácia) mostrou muito mais que Portugal... Nem França, nem Alemanha, nem a Espanha... O que noto é que anda tudo muito cansado, o ritmo dos jogos tem sido baixo ou médio, ninguém anda para correrias. E aqui se encontra o ponto mais fraco da selecção no jogo contra a Islândia. Num jogo físico por parte dos Islandeses, a equipa portuguesa não teve armas físicas, nem velocidade, nem força, nem estatura, nem frescura em comparação com os islandeses. Quando temos a técnica que nos dá a vantagem sobre a maioria das outras selecções, os problemas resolvem-se, mas quando ela falha nos momentos decisivos (finalizações à figura do GR, remates falhados, ou passes transviados), tudo se torna mais difícil.
Podemos discutir jogadores, devia jogar este ou aquele... Mas não posso dizer que houve um jogador português que tenha jogado mal. Claro que esperava mais de Moutinho, de João Mário, de Ronaldo, e que o Vierinha e o Pepe falharam na jogada do golo... mas não consegui ver uma exibição individual má, muitas medianas mas nenhuma má...
Talvez o William Carvalho pudesse dar melhor saída de bola, ou o Renato mais intensidade mas olho para o banco e são todos muito iguais aos que jogaram de início.
Ainda assim custa-me ver o Pepe a fazer as suas provocações e tentativas de agressão. Mas isso é só um promenor.
No geral, Portugal foi competente, tirando o lapso do golo, e a continuar a jogar assim, acredito que passará esta ronda em primeiro do grupo. Não vejo Fernando Santos a fazer uma revolução para o segundo jogo e acho bem que não o faça...
De quem mais gostei:
O Nani (apesar de continuar a achá-lo um jogador apenas mediano), o André Gomes e o Guerreiro;

De quem menos gostei:
O Pepe, o Moutinho, o Danilo e o João Mário (porque adoro-o enquanto jogador e sei que pode dar muito mais). 

quinta-feira, 19 de maio de 2016

Marega e Suk vs André Silva e Gonçalo Paciência



Quando foram anunciadas as contratações do Marega e do Suk por parte do Porto, pensei para comigo: "Mas o André Silva e o Paciência não são melhores que o Suk e que o Marega?"
Escapando ao argumento "para contratarem estes dois mais valia terem os portugueses da formação", pois é um argumento que menospreza os quatro jogadores de uma assentada, prefiro elencar as características dos dois jovens portugueses por contraponto com as dos dois jogadores contratados.

1- O André e o Paciência têm cultura e mistíca portista, foram formados pelo Porto, sabem o que é sentir a camisola e vivem, ainda, de acordo com os valores da escola "tripeira", o Suk e o Marega não, e a forma como decorreu o processo de contratação, parece-me que são dois jogadores que vão para onde oferecerem mais;

2 - O André e o Paciência são internacionais portugueses, são chamados regularmente para as selecções jovens e têm um historial de presenças em competições importantes, o Suk e o Marega são chamados para as selecções do seus países de forma residual e ambas as selecções têm pouca expressão internacional apenas com presenças em competições regionais. Neste ponto, é conhecida a forma professional e competente das selecções jovens portuguesas em contraponto com a forma como são geridas, como por exemplo, as selecções africanas;

3 - Fisica, técnica e tacticamente, o André e o Paciência são melhores jogadores que os mencionados Suk e Marega, e apesar da época menos frutuosa do Paciência, é clara a diferença de capacidades dos dois duos;

4 - Tanto o André e o Paciência fizeram o seu percurso no Porto e começam agora a dar os primeiros passos no escalão sénior, ou seja, ainda têm muito a provar, para o bem ou para o mal. O Suk e o Marega têm andado em clubes de baixa ou média valia mostrando serem acima da média para esses mesmos clubes (não em todos) mas, ainda assim, mostrando um nível mediano. 

Por tudo isto, a aposta deveria ser nos jovens portugueses, mas não porque são jovens e portugueses mas porque são bons e têm potencial para crescer. Por tudo isto, a titularidade de fim de época do André na equipa do Porto só pode ser vista como uma excelente notícia, para o André, para o Porto, para a Selecção Portuguesa e, espero eu, para o Paciência.

Será que o mesmo clube pode cometer o mesmo erro duas vezes



Há alguns anos atrás, o Chelsea comprou o David Luiz ao Benfica. Depois de uma época e meia a um nível elevado, e a troco de alguns milhares, o Chelsea veio buscar o jovem central do Benfica. Mais do que o dinheiro que ganhou com a venda, veio para o Benfica um excelente jovem Sérvio que andava perdido no Vitesse. Médio centro, e ao contrário do que foi comentado não era um médio ofensivo, alto e com um excelente pé esquerdo. Durante uma época e meia foi esquecido no banco, sendo utilizado esporadicamente pelo seu treinador (como outros) mas percebendo-se, por quem olhava de fora, que merecia mais tempo de jogo e mais destaque na equipa do Benfica.
E assim aconteceu, por vontade ou necessidade, lá ocupou o lugar que deveria ter sido seu há mais tempo. A dimensão do futebol do Benfica cresceu, e ele, Matic de seu nome, demonstrou durante duas épocas e meia, a qualidade do seu futebol, um monstro a meio campo, com inteligência, técnica e um poder para encher o campo de energia e sabedoria. A capacidade para recuperar, pressionar, esconder a bola, forçar a equipa a subir linhas, bom remate, bom passe longo e curto faziam de Matic um daqueles jogadores que já não se encontram no futebol moderno tirando, a excepção, Pirlo. O perfume de Redondo, Sammer, Paulo Sousa era reavivado pela sua presença em campo, pela sua forma de andar, de conduzir a bola, sem tiques de estrela ou de melhor jogador da equipa (que na verdade o era!).
Naturalmente, chamou a atenção de meio mundo e dos melhores treinadores, e um deles veio buscá-lo e aqui começam as subtilezas deste caso. O clube que o vem buscar é o mesmo que o englobou no pacote na compra de David Luiz, ou seja, o Chelsea. Na altura Mourinho, então treinador do Chelsea, disse algo do género: "Se eu estivesse cá na altura da compra de David Luiz, um jogador com as suas características físicas e canhoto não teria sido envolvido no negócio".
Na primeira época no Chelsea e com Mourinho a utilizá-lo como número 6 na frente da defesa e atrás de toda a linha de meio-campo e ataque, Matic brilhou ao ponto de ter sido tão importante na conquista do título como Hazard ou Diego Costa. Na segunda época e com as primeiras más exibições, quer de Matic quer do resto da equipa, Mourinho escolheu o caminho mais fácil (que viria também a ser o pior) que foi o colocar um médio de contenção ao lado de Matic (Ramires) e esse outro elemento fez a Matic o mesmo que fazia a Redondo quando lhe colocavam um outro médio ao lado; "é como se jogasse cego de um olho!" dizia a lenda argentina. E assim foi, Matic andou cego todo uma época, e com ele toda a equipa do Chelsea. Neste caso, Matic foi, também desta vez, um dos responsáveis pela queda do Chelsea.
Ainda não se recompôs, nem ele, nem o Chelsea que se prepara, segundo as notícias que têm vindo de Inglaterra, para o vender e, mais uma vez, dispensar os seus serviços. Sim, um clube pode cometer o mesmo erro duas vezes, e acredito que se Matic for para a Juventus, assumir o papel que já foi de Pirlo, então irá elevar o seu nível para mais perto do real valor, que faz de Matic um dos melhores médios defensivos do futebol actual.

quarta-feira, 4 de maio de 2016

Porque é que o Benfica não deve vender o Jonas por 20 Milhões

Depois de ver a capa do jornal "A Bola" de hoje, e lido alguns comentários com argumentos pró-venda, vou aqui elencar alguns argumentos contra a venda do Jonas.
O Jonas é para mim o melhor jogador da Liga Portuguesa, pegando na ideia de um outro blogger, poderia jogar a defesa, a médio, e continuaria a ser um dos melhores jogadores da Liga. Inteligência, técnica, classe e um faro pelo golo ao nível dos melhores goleadores a actuar na Europa. 

O primeiro argumento é a produção ofensiva; um jogador que marca mais de 30 golos por época é de guardar, porque há poucos disponíveis;
Conhece os cantos à casa, está adaptado, é uma voz de experiência e fonte de conhecimento para os jovens avançados que irão chegar à primeira equipa;
Penso que irá manter os níveis exibicionais e produtivos por mais duas a trés épocas;
Não há outro Jonas disponível a custo zero e a curto prazo; a vinda de um jogador de igual valia iria implicar uma soma avultada;
Mais do que ganhar 20 Milhões, penso que é mais cauteloso não gastar 20 Milhões noutro jogador;
Não há no plantel do Benfica outro jogador que o possa substituir mantendo a mesma influência e a mesma pordutividade; 
Por fim, vejam o golo ao Boavista. Não é um portento de beleza ou técnica, mas é um golo aos 90, e alguns, minutos de uma bola que vem pelo ar e rematada de primeira, sem tremer, para dentro das redes que valeu 3 pontos e, talvez, o campeonato.

O argumento mais lido é de que 20 Milhões por um jogador de 32 anos é um excelente negócio. É um argumento que me chateia porque o que conta é o rendimento e não a idade. Se o Jonas tivesse 40 anos e marcasse 30 golos por época continuava a ser um mau negócio. 
Em termos comparativos, o Lima foi vendido por 7 Milhões, não me lembro que idade tem o Lima mas acima dos 30, e nesse caso penso que foi um bom negócio na medida em que o rendimento do Lima, apesar de bom, não era excelente nem decisivo como o do Jonas.